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sábado, 26 de maio de 2012

O vendedor de sonhos



Vendo sonhos, pequenos e simples, ou longos e complexos; em todas as formas e cores. Vendo sonhos que cansei de tentar realizar, vendo sonhos de liberdade, igualdade e fraternidade; vendo sonhos de um mundo melhor, vendo sonhos de pessoas melhores. Inclusive, alguns dos quais quero me livrar, e logo, dizem respeito às pessoas.

Tenho pressa em vender sonhos de pessoas que amam o próximo, posso até parcelar o pagamento. Dou um bom desconto a quem quiser comprar os sonhos de pessoas mais justas e de pessoas mais honestas. E ainda, se alguém levar dois sonhos de pessoas melhores, recebe inteiramente grátis o sonho de um mundo menos violento.

A maioria desses sonhos, na verdade todos eles, eu recebi de graça, de pessoas que os sonhavam e compartilhavam com o mundo, algumas delas já se foram, outras continuam sonhando. Sei que serei questionado, afinal, se recebi os sonhos gratuitamente não estaria sendo injusto ao tentar vendê-los? O fato, caros amigos e amigas, é que me cansei desse meu exagerado altruísmo e não convêm mais a este narrador entregar de bom grado e sem custo o que custou ser compreendido. Ademais, como bem tenho notado, as pessoas não dão valor às coisas que lhes são oferecidas de graça, mesmo que sejam oferecidas de bom coração. Só é dado valor às coisas que têm um preço, sendo assim resolvi vender meus sonhos, quem sabe assim alguém não acabe dando valor a eles?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mergulhando



Mergulho em meus pensamentos e me deixo envolver, procuro saber o que penso e encontro milhões de ideias começadas por uma mente em ebulição, uma mente que cria mundos e viaja por estradas distantes procurando a felicidade nas fronteiras da imaginação.

Mergulho em minhas lembranças e vejo bons momentos, vejo pessoas que me amam e que eu amo, vivo encontros felizes em noites de festa e momentos inesquecíveis em manhãs de vento fresco. Encontro desafios já superados e caminhos já vividos nas curvas do tempo.

Mergulho em meus problemas e me perco em mares de angústia, o ar quase acabando, o desespero bate, tento voltar à superfície e não consigo, me debatendo entre corais de dor vejo uma luz e nado em sua direção. Encontro a saída, estou sujo, molhado, sangrando, mas me sinto satisfeito ao saber que há uma saída e que sou capaz de encontrá-la.

Mergulho nos meus sonhos e vejo uma casa de madeira, uma tarde chuvosa, uma estrada de terra molhada, um trigal dourado, árvores dançando ao vento, águias na tempestade e ela... Mergulho em meus sonhos e vejo um anjo de cabelos dourados, de voz doce e de olhar suave... vejo seus olhos, os mais lindos, olhos de mel... Olho através da janela da vida e vejo a mulher dos meus sonhos... e me pergunto... se ela também está na janela... e se ela lembra que existo...

sábado, 23 de julho de 2011

Sonho de uma tarde de verão



Certa vez, numa tarde chuvosa de vinte e quatro de dezembro, adormeci... Adormeci e sonhei, sonhei um dos sonhos mais valiosos de minha vida. Sonhei com um campo extenso com grama crescendo até o horizonte e desaparecendo no topo de morros a oeste, de onde estava eu via os morros verdes e o céu acinzentado de uma tarde fresca e calma. À esquerda dos morros surgia junto a algumas árvores uma estrada de terra, estrada essa que se estendia até o lugar onde eu aparentemente me encontrava, passava por mim e seguia.

Havia chovido, as gotas caíam das folhas das árvores em volta da casa conforme o vento batia nos galhos, o vento fresco na tarde quente fazia o corpo se sentir tão leve e limpo que eu sentia que podia voar, a grama e a terra molhadas exalavam um cheiro suave e refrescante, que a sensação de bem-estar era cada vez maior.

À minha direita havia uma casa, feita de madeira, muito bem acabada. A casa possuía uma varanda, que dava para a tal estrada e era cercada por árvores, o cheiro de chuva pairava no ar, o céu acinzentado e o vento fresco me davam uma ótima sensação, sentia o cheiro da chuva, da terra molhada, da madeira, das árvores, sentia-me vivo em outro nível, me sentia realmente vivo.

Mas o que mais me chamou a atenção foi ela, uma bela jovem debruçada na varanda da casa, com um vestido leve com cores que alternavam entre branco, preto e vermelho, igualmente distribuídas pelo vestido as cores dançavam na brisa enquanto aqueles olhos castanhos me olhavam. Os cabelos, também castanhos, eram brilhantes e muito bonitos. A jovem tinha um sorriso no rosto, um sorriso terno, encantador, parecia me conhecer muito bem, aquele sorriso me acolhia, me fazia sentir quente, feliz, aquele sorriso fazia eu me sentir... apaixonado.

Havia pendurado na varanda um enfeite daqueles feitos com pedras penduradas por fios finos e quando o vento soprava as pedras batiam umas contra as outras e faziam o som de pequenos sinos batendo... e foi numa dessas batidas, quando o vento soprou mais forte e a bela jovem me olhou nos olhos, que eu acordei.

Acordei sentindo muita coisa, difícil de explicar, acordei sentindo tranquilidade, paixão, saudade, alegria, leveza, amor... Acordei como quem estava num lugar muito bom e volta, eu realmente senti que estava lá, não só em pensamento, mas de corpo e alma.

Depois que acordei olhei para o relógio, ainda não eram nem cinco da tarde, me dirigi até a janela, o céu estava nublado, respirei fundo, cheiro de chão molhado... Quando olhei para fora vi poças d'água, vi o chão úmido, vi as árvores balançando e folhas voando conforme o vento soprava. Senti que de certa forma, por mais que eu não sabia onde estava havia trazido comigo uma parte daquele sonho.

Sei que um dia voltarei àquele bosque e encontrarei novamente aquela jovem, então poderei saber quem é ela e de onde ela me conhece...

Enquanto isso continuo sonhando e escrevendo...

Ainda escrevendo...