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sábado, 26 de maio de 2012

O vendedor de sonhos



Vendo sonhos, pequenos e simples, ou longos e complexos; em todas as formas e cores. Vendo sonhos que cansei de tentar realizar, vendo sonhos de liberdade, igualdade e fraternidade; vendo sonhos de um mundo melhor, vendo sonhos de pessoas melhores. Inclusive, alguns dos quais quero me livrar, e logo, dizem respeito às pessoas.

Tenho pressa em vender sonhos de pessoas que amam o próximo, posso até parcelar o pagamento. Dou um bom desconto a quem quiser comprar os sonhos de pessoas mais justas e de pessoas mais honestas. E ainda, se alguém levar dois sonhos de pessoas melhores, recebe inteiramente grátis o sonho de um mundo menos violento.

A maioria desses sonhos, na verdade todos eles, eu recebi de graça, de pessoas que os sonhavam e compartilhavam com o mundo, algumas delas já se foram, outras continuam sonhando. Sei que serei questionado, afinal, se recebi os sonhos gratuitamente não estaria sendo injusto ao tentar vendê-los? O fato, caros amigos e amigas, é que me cansei desse meu exagerado altruísmo e não convêm mais a este narrador entregar de bom grado e sem custo o que custou ser compreendido. Ademais, como bem tenho notado, as pessoas não dão valor às coisas que lhes são oferecidas de graça, mesmo que sejam oferecidas de bom coração. Só é dado valor às coisas que têm um preço, sendo assim resolvi vender meus sonhos, quem sabe assim alguém não acabe dando valor a eles?

domingo, 20 de maio de 2012

A volta do que jamais se foi...

ainda escrevendo...

Não parei, não deixei de lado minha fome de palavras, minha sede de ideias, meu desejo de aventura. Ainda estou aqui.

Meu corpo sai, minhas mãos não pousaram sobre estas páginas, meus olhos encarando outra realidade quase se fizeram fechar; minha boca, seca, sempre fechada, não repetiu pequenos fragmentos de pensamento que se fizeram história, por um longo tempo. Minhas palavras podem ter se ausentado, mas minha alma jamais se afastara daqui.

Volto então como o carrasco de minha ausência, o Bobo de minha própria corte, a mentira de minha própria verdade; essa é a ressurreição do que jamais morrera, a volta do que jamais se foi, é assim meu regresso a estes relatos tão certos quanto a incerteza e tão verdadeiros como a mentira.

Estou de volta, a assombrar a quietude, a provocar o inocente, a convidar o mundo a pensar.

estou de volta...

ainda escrevendo...