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sábado, 26 de maio de 2012

O vendedor de sonhos



Vendo sonhos, pequenos e simples, ou longos e complexos; em todas as formas e cores. Vendo sonhos que cansei de tentar realizar, vendo sonhos de liberdade, igualdade e fraternidade; vendo sonhos de um mundo melhor, vendo sonhos de pessoas melhores. Inclusive, alguns dos quais quero me livrar, e logo, dizem respeito às pessoas.

Tenho pressa em vender sonhos de pessoas que amam o próximo, posso até parcelar o pagamento. Dou um bom desconto a quem quiser comprar os sonhos de pessoas mais justas e de pessoas mais honestas. E ainda, se alguém levar dois sonhos de pessoas melhores, recebe inteiramente grátis o sonho de um mundo menos violento.

A maioria desses sonhos, na verdade todos eles, eu recebi de graça, de pessoas que os sonhavam e compartilhavam com o mundo, algumas delas já se foram, outras continuam sonhando. Sei que serei questionado, afinal, se recebi os sonhos gratuitamente não estaria sendo injusto ao tentar vendê-los? O fato, caros amigos e amigas, é que me cansei desse meu exagerado altruísmo e não convêm mais a este narrador entregar de bom grado e sem custo o que custou ser compreendido. Ademais, como bem tenho notado, as pessoas não dão valor às coisas que lhes são oferecidas de graça, mesmo que sejam oferecidas de bom coração. Só é dado valor às coisas que têm um preço, sendo assim resolvi vender meus sonhos, quem sabe assim alguém não acabe dando valor a eles?

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