Ela era uma menina de dezesseis anos quando eu nasci, ela estava assustada, tinha medo, o mundo era grande e cruel, mas ela sabia que tinha que ser forte, pois tinha que cuidar de mim. Os tempos eram difíceis, as coisas estavam ruins e as dúvidas da gente cresciam, mas sempre que eu tinha medo e chorava minha mãezinha me abraçava, enxugava minhas lágrimas e cantava uma música, um rock and roll de ninar.
Eu passava os dias sozinho em casa, com medo, queria chorar, mas sabia que mamãe também estava pensando em mim e ela não podia chorar. Então eu tentava ser forte e pensar no sacrifício que ela fazia para cuidar de mim enquanto estava lá fora, naquele mundo grande e cruel. Quando ela chegava e via que eu havia chorado ela também caía em prantos, me abraçava, enxugava minhas lágrimas e cantava nosso rock and roll, ela cantava:
Sha na na na na na na na...
Tudo vai ficar bem...
Sha na na na na na na na...
Tudo vai melhorar...
Ela olhava pra mim e eu dizia: "mamãe, cante nosso rock and roll de ninar."
Nós fazíamos isso durante os dias solitários, mas, meu Deus, as noites eram tão longas e frias, pareciam não ter fim. Mamãe me embalava em seus braços e nós sonhávamos com manhãs melhores, mas enquanto elas não chegavam só tínhamos um ao outro, então ela dormia e eu continuava acordado em seus braços, sonhando com o dia em que pudesse devolver a ela tudo o que ela fez por mim.
Hoje lembro daqueles dias e lembro de quanto minha mãezinha se sacrificou por mim, lembro que podia ver a tristeza em seus olhos, mas que ela seguia forte por mim. Hoje quando meus filhos estão tristes e minha esposa não consegue fazê-los pararem de chorar, eu não lembro exatamente como eram as palavras, mas canto o rock and roll de ninar:
Tudo vai ficar bem...
Sha na na na na na na na...
Tudo vai melhorar...
Incrivel como voce transforma tudo em pura poesia.
ResponderExcluirAdorei o conto...
Parabéns!
Alice
Realmente muito bonito, goste muito;..
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